quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Os Dragões (2)

O dragão como simbolo demoníaco, identifica-se com a serpente: Orígenes confirma esta identidade a propósito do Salmo 74:14 e 15:
"Tu dividiste o mar pela tua força; esmigalhaste a cabeça dos monstros marinhos sobre as águas.Tu esmagaste as cabeças do leviatã, e o deste por mantimento aos habitantes do deserto."



As cabeças de dragões quebradas e as serpentes destruídas são a vitória de Jesus sobre o mal. Além das imagens bem conhecidas de São Miguel e São Jorge (em baixo), o próprio Cristo é por vezes representado pisando um dragão.
O patriarca Zen Huei-neng também faz dos dragões e das serpentes os símbolos do ódio e do mal. O terrível Fudô (Acala) nipónico a dominar o dragão, vence da mesma forma a ignorância e a obscuridade.
Mas não há só aspectos negativos, nem estes são os mais importantes. O simbolismo do dragão é ambivalente, o que aliás, é expresso pelas imagens do Extremo Oriente dos dois dragões frente a frente, encontrando-se também na arte medieval do hermetismo europeu onde, frente a frente, adquire uma forma análoga à de um caduceu. O Caduceu ou emblema de Hermes (Mercúrio) é um bastão em torno do qual se entrelaçam duas serpentes e cuja parte superior é adornada com asas. Esotericamente está associado ao equilíbrio moral, ao caminho da iniciação e ao caminho de ascenção da energia  Kundalini, o alegado poder espiritual primordial ou energia cósmica, que jás adormecida na base da coluna vertebral e nos orgãos genitais.

Assim visto, o dragão representa a neutralização das tendências adversas, do enxôfre e do mercúrio alquimicos, ao passo que a natureza latente, não desenvolvida é representada  pelo  uruboro, o dragão que morde a sua própria cauda.


Curiosidades

Há poucas diferenças evidentes entre dragões machos e dragões fêmeas, e os seu corportamentos não são diferentes também. Com um pouco de tempo e de paciência é possivel estabelecer uma relação de confiança e até de cooperação. Nas campos e nas fortalezas das grandes batalhas lendárias da literatura do género Fantástico de Espada & Feitiçaria, (O Senhor dos Anéis por exemplo), os dragões são mais frequentemente usados pelas forças do mal.
 
Draconimicon Battle. Ilustração de Vincent S Proce http://www.vincentproce.com/Illustrations/Illustrations.htm

Mas também pela forças do bem. No capítulo Oferta do Destino, da saga "Eragon" de Christopher Paolini, o dragão pode ser tão cooperante com Homem, como um cão. Melhor, é bastante mais inteligente e poderoso.

"De repente, apareceu uma racha na Pedra. E depois outra, e outra. Paralisado, Eragon inclinou-se para a frente, ainda com a faca na mão. No cimo da pedra, onde as rachas se encontravam, uma peça pequena mexia-se como se estivesse a balançar em qualquer coisa. Depois elevou-se e caiu ao chão. Após uma nova série de guinchos, uma pequena cabeça negra espreitou do buraco, seguida dum corpo estranhamente angular. Eragon apertou a faca com mais força e segurou-a com firmeza. Em breve a criatura saiu completamente da pedra. Manteve-se quieta por um momento, e depois deslocou-se para o luar.
Eragon encolheu-se, em choque. Em frente dele, retirando às lambidelas a membrana que o envolvia, estava um dragão." 

2 comentários:

  1. Aviso prévio: digo sempre o que penso. Só sigo quem me interessa e com quem tenho a aprender.

    Não sou muito de Sci-fi...normalmente pela falta de inteligência que envolve...

    Pelo que eu vi o teu caso é diferente. Transpiras inteligência. Para mim é suficiente. Vamos lá ver se me convences...lol

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